18 de fevereiro de 2011

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Por onde começar? Por uma bela história que a Izabella me contou ontem, que bem poderia ser uma fábula.
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Iria trocar de ramo, mudar de vida. Não sabia por onde começar. Procurava inspiração, e numa destas tentativas fez uma parada no meio da estrada, conheceu um cara que ofereceu experiência. Tudo que ele tinha levado anos pra aprender, presenteou pra uma desconhecida.
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Por que alguém seria tão generoso assim? Ele simplesmente respondeu: A luz é para todos, com a chama de uma única vela pode se acender infinitas.
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Existe aqui uma palavra que explica todo o resto: Generosidade. É por causa dela que me sentei pra escrever. Nas últimas 24 horas, fui testemunha de vários atos voluntários de generosidade.
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Ela por si só já é generosa. Pode estar escondida no menor gesto, não faz questão de grandeza. Basta lembrar que a gente faz parte de uma engrenagem. E que este processo só dá certo se cada um aceitar pertencer a ela. As melhores coisas são divididas em comum acordo, a consciência da consideração.
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Um ano depois Izabella voltou pra agradecer. Tinha seguido os conselhos e prosperado, mas foi informada que o amigo generoso havia morrido aos 30 anos num daqueles acidentes idiotas na subida da serra.
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O que restou foi muito mais do que uma frase. Foi a melhor definição que já ouvi sobre generosidade. E veio de alguém que agora é lembrado pelos conhecimentos dados a uma desconhecida. Generosidade pela generosidade.



Viveu o bastante pra ensinar.