30 de janeiro de 2014

377


Eu não sigo o @pecesiqueira no youtube, na tv ou em qualquer outro lugar, só no Instagram. Ele até pode parecer um cara estranho, mas não. É só um ser sensível, o que muitas vezes pode parecer meio tosco ou frágil.

Amar animais demostra que, a gente pode descobrir e aprender com seres, que podem parecer inferiores que a gente. Amar quem "parece" (mas não é) inferior a gente, demonstra uma falta de arrogância com a vida. Aprender nos mínimos detalhes, ser democrático e com falta de preconceito. Só isto. Acho lindo um cara não ter medo de demostrar. Ridículo, são os outros..

kkkk…A-D-O-R-E-I. 

obs: E gosto também do Sidney Magal, o que faz de mim uma errante!!!



29 de janeiro de 2014

376

As pessoas evitam o que não entendem…
Já eu, acho instigante aquilo que não entendo.
Tô errada?


A Mafalda, faz da terra um lugar melhor!

24 de janeiro de 2014

375

Pode parecer meio mórbido mas não é. Faz parte do meu processo de cura, não de esquecer, mas de tranquilizar.

Hoje busquei as cinzas do meu gatinho Ruan Disney. Que agora se juntam às da Tina turner, minha cachorrinha que perdi 5 dias antes dele.

Tina, era uma viralata que trouxe pra casa com menos de 30 dias. Apareceu uma cachorra no sítio do pai, grávida... Vários filhotinhos.

Ela automaticamente, andando aos tropeções, se apaixonou por mim. Foi recíproco. Lembro até hoje, minha mãe perguntando: Quando tu vais devolver ela? ...NUNCA!!

Desde então, em comum acordo e sem brigas, eu e a mãe decidimos não morar mais juntas. Apesar de amar os bichos, ela não suportava o cheiro "peculiar"canino.

Acabamos mudando pra dois apartamentos no mesmo edifício. Tina foi meu incentivo pra isto, já era hora, surgiu o motivo.

Era maluca, hiperativa, comia tudo, de móveis a alface. Depois de um tempo percebi que as alergias constantes que tinha, eram estresse por solidão.

Então o destino fez das suas. Era a janta de 90 anos da minha avó. A sobrinha, então com 10,12 anos, chega chorando. Tinham deixado um gatinho dentro de uma caixa no meio da rua pra ser atropelado. Fui com ela até o local, e lá encontrei Ruan. Pequenininho, pulguento, lindo..uma jaguatirica..

Fiz então o mesmo processo de sempre, tratá-lo pra ser doado.  É claro que isto nunca aconteceu. Lá pelas tantas me dei conta que Tina e Ruan formaram uma dupla, de amor e ódio, de companhia...desde então foram felizes para sempre, por 12 lindos anos.

Explicações simples, que repetia para os amigos. O nome Tina turner era por ser pretinha, com os detalhes em marrom. Ruan Disney porque parecia gato de cinema, de tão lindo..e veio da rua!!! Cada um com sua personalidade diferente, se completavam.

Não acho casualidade que os dois tenham morrido com intervalo de 5 dias. Cada um da sua forma, aguentou o quanto pode. Tenho plena certeza que nos últimos tempos eles viviam por minha causa, era difícil o desapego. Só foram quando eu disse, basta de sofrimento. Vão tranquilos, sem medo! E assim aconteceu.

Hoje quando fui buscar as cinzas do Ruan, me deu um alívio. Todos estavam de volta comigo. E como se o ciclo tivesse sido completo. Meu respeito e amor por eles tivesse sido demostrado de todas as formas.

Achei no início que sentiria medo, por ter em casa dois pacotinhos de cinzas. Mas de alguma forma estranha, sinto bondade no ar. De continuarem presentes da melhor forma possível, sem medo, como eu tanto disse pra eles.

Outras perdas virão, assim como tantas coisas boas. Eles passaram tantas alegrias e tristezas comigo, que nem me passa pela cabeça esquecer. Lembro de tudo!

Agora a última lição é me ensinar a continuar. A aprender aos pouquinhos e sempre, o valor de tudo.

Agradeço a companhia, a parceria, e isto são lembranças de alegria. Foi uma honra! Talvez quem não goste de bicho, não entenda..mas eu entendo, e me sinto privilegiada por ter tido esta experiência. Amo vocês pra sempre, e o mais importante, vocês sempre souberam.


meus dois pacotinhos..


21 de janeiro de 2014

374

Tenho meus defeitos e virtudes.
Conte com a minha humanidade nua e crua, não escondo.
Nem nos meus sonhos mais profundos, senti raiva de alguém.

Hoje perguntaram assim:
Se você fosse uma mulher bomba, abraçava quem antes de explodir? Não sei!
Talvez a vida só tenha sido boa o suficiente pra não existir motivo..

Acordei com uma lambida do Cao, pós despertador, me avisando: Hora de levantar!!
Estava sonhando com um gatinho branco, fazendo companhia pra ele.. Sim, sonho com bichos, fadas, gente boa.. Cultivo algumas tristezas, que as vezes chegam sem avisar. Faz parte desta humanidade! Deveria esconder?

Não.

Meus remédios tem sido: ligar pra casa e descobrir que todos estão bem, Cao, Friends, Vinho, Cerveja, trabalho e tempo livre, sem pressão..

Quando me sinto só, vou pro restaurante favorito. Um japonês, com garçom de nome Cláudio.
Não é o melhor da cidade, mas é onde me sinto em casa.

Quando era pequena minha mãe dizia que eu curava a nostalgia assistindo A Noviça rebelde...também faço isto relendo O pequeno Príncipe.

Cada um gasta seu tempo do jeito que achar melhor. Na minha leitura, atitudes “falam”. Não me venha com esta que não significam nada..

Uma parte de poder me considerar madura, não é a razão e afirmações, mas os questionamentos. É assumir limitações e não precisar forjar nada, muito menos manipular.

A curto prazo quem manipula, ganha.. Mas me descobri numa corrida de longa distância.

Bingo!!!!!! Tudo que se faz, cobra o seu preço.

Sobrecoxas desossadas com alecrim também fazem parte das minhas alegrias. Tô esperando descongelar.

Existe o tempo certo pra tudo e pra todos. Não esqueço, só guardo no fundo do coração.


19 de janeiro de 2014

373

Me fez um bem danado rever "As Aventuras de Pi" hoje. Sempre vão existir várias formas de contar a mesma história. Você decide aquela que mais agrada..


15 de janeiro de 2014

372

Sabe, relutei muito pra escrever este post. Me perdoem os erros, decidi que seria assim, feito um vomito. Fui lá agora pegar meu gato Cao que miava alto do nada. Já fez isto muitas vezes, enfiei ele no ombro e trouxe pra cá, feito um pacotinho. Ele ronrona, porque é isto que ele espera que eu faça, salve ele do nada. Trago pra cama do quarto e começo a escrever. 

Meu último ano foi muito difícil, algumas pessoas sabem, outras preferiram se manter a distância. Não estou aqui pra questionar nada nem ninguém, falo de sentimentos. Doenças e a falta de tempo preencheram 98% da vida. Quando vi minha companheira dos últimos 16 anos definhando, junto com meu gato Ruan Disney as pernas simplesmente amoleceram, como num filme. O coração começou a bater descompassado e a doer. Não era porque estava partido, era dor mesmo. Eu não respirava, eram curtos suspiros. faltava ar. 

Não escolhi ser forte, acho que ninguém escolhe, simplesmente não existe pra onde correr. Você tem de ficar, até o fim.

em 2013 fui invadida, por problemas renais, doenças da pulga, do carrapato, ferimentos por estresse, acordar 4h30 da manhã, ver alguns se distanciarem, outros se aproximarem. VIDA! é assim. Aprendi a dizer adeus aos poucos. Entendi que o processo era inevitável, mas a gente nunca espera que termine.

Na última terça fui na veterinária visitar minha cachorra, trouxeram ela pra mim, fiquei soznha num banquinho de madeira conversando, beijei muito, disse o quanto amava, que ela fosse em paz, que estava tudo bem. Minha avó estaria esperando com guloseimas, e que a gente um dia se encontrava. no outro dia, fui lá de novo. Sim, poderia chorar, gritar, desesperar…longe, nunca perto. Ela tinha piorado, a respiração, mais ofegante que nunca, desta vez foi dentro da clínica, não dava mais pra traze-la pra fora. meia hora, beijando. É como se uma onda de paz, tivesse passado por mim não queria mais dizer nada apenas abraçar, enquando fazia isto, ela dormiu nos meus braços. Fui pra casa e dormi bem pela primeira vez em dias. Acordei às 7h com o telefonema da plantonista da clínica, avisando que tinha se ido…nos dissemos adeus e até breve, muitas vezes. Vai em paz minha filha! você foi minha companheira de todas as horas. Veio em fevereiro de 2010 pra ficar comigo, e se sentiu em casa, mesmo estando num apart hotel distante. Estava em casa porque estava comigo. E assim foi. 

Tão pouco tempo depois, na terça seguinte, me vejo na mesma situação, com meu gato Ruan, Ruan Disney..problema renal crônico. Convivo com isto há 5 anos. Desde um pouco antes de sair de Porto Alegre. A vida tinha se tornado uma montanha russa, de internações, remédios, soro..me tornei ma consumidora voraz de remédios e tele-entregas 24 horas. E os remédios que não encontrava? Nossa! conheço todas as farmácias hospitalares de POA ao RJ. Conseguir soro ringer lactado por exemplo, é uma façanha..sim, eu aplicava em casa. Construi com uma luminária, um daqueles suportes de soros hospitalares. Tremia a mão cada vez que aplicava…acho que vivi os últimos tempos tremendo. Medo! sim, medo!

Ontem fui na clínica, fui mais uma vez obrigada a interná-lo. Em casa ele não comia, eu na minha tremedeira, ia pro mercado e comprava 5, 6 tipos diferentes de carne pra tentar fazer ele comer, e nada. E carne era a última coisa que ele poderia comer! Um dia a veterinária disse, dá qualquer coisa, desde que ele coma….sim passei meses, com medo que ele não comesse..até que um dia ele resolveu fechar a boca pra sempre.

Não ronronava mais, estava esquelético e apático há vários meses. 
…..

Fui pra clínica mais uma vez, ele virado pra parede, era assim que ficava quando estava puto..afaguei, falei, fiz de tudo. Fui ao mercado e comprei a melhor e mais macia carne, sabia que era a última tentativa. Nada, nem cheirava.

Peguei nos meus braços e conversei longamente, bem como tinha feito com a Tina 4 dias antes. Ele ronronou pela primeira vez em meses, muito! conversamos, até que na dor do corpo doente, e minha dor da alma, dormiu. Fiquei assim, sem saber se o que tremia era eu ou ele. Acho que os dois. Só repetia, não fica com medo! Não precisa, vai dar tudo certo, tentando convencer a mim também! Depois de um tanto me levantei, botei ele na gaiolinha, ele miou alto, reclamando. Mais uma vez virou de costas pra parede deixando claro o desgosto.

Sabia que teria de tomar a decisão, passei muito tempo tentando aceitar isto. Roberta liga da clínica. Tinhamos duas opções, transfusão, que na verdade só prolongaria um pouquinho mais, e eutanásia. Só me sairam algumas palavras naquele momento: Tô indo praí, colocar meu gatinho pra dormir.

Uma angústia, quando chegou o momento, quem estava ali era a Nefrologista que faria o trabalho. Não falamos nada. Fui até a gaiolinha e disse: a gente vai se encontrar de novo, enquanto isto fica bem meu gatinho. Repeti várias vezes, ele ronronou bem baixinho, nem piscava mais. Deu o sonífero, e ele pelo menos passou a respirar melhor.

-Acho que ele morreu silvia,
-não ainda não.

Dei meu último beijinho, olhei mais uma vez aquela pintinha linda que tinha no queixo.

-Quer ficar pra última dose?
-Não!

Ela veio me abraçou e é claro, chorei muito, agradeci a todos, não é fácil pra ninguém. Tenho certeza.

Fui pro carro e ali fiquei por um bom tempo. A primeira pessoa é sempre a minha mãe. Mulher forte! Só queria que ela soubesse que eu tinha conseguido ser forte também. Xixa mandou mensagem, contei pra ela. Ela então me mandou uma foto dos filhos, que adoro!

-Uma foto pra ajudar a espantar a dor.

Fiquei dando voltas de carro, coloquei as pernas no mar e ali fiquei, pensando no dia lindo.

As duas coisas mais comoventes que ouvi vieram do meu irmão, quando contei sobre a Tina. Agradeci aquela última viagem de carro, 4000 quilometros, em que ele topou nos levar pra Porto Alegre, uma indiada..uma bela história.

Ele só disse:

-Que bom que deu tudo certo né?
-Sim deu tudo certo, mais uma vez fizemos o que deveria ser feito..

Da minha mãe:
-Eles te ajudaram a crescer bastante, podes ter certeza que fizeste o correto, a morte é muito melhor do que o sofrimento, demonstraste ser muito forte com tuas atitudes na perda dos teus companheiros.

Mãe, eu não tive escolha! pensei eu..

Hoje fui buscar as cinzas da tina e mandei cremar ruan. Agradeci poder trazer eles de volta pra junto de mim, porque era isto que eles queriam. Sempre digo, que o grande desejo da tina, era entrar dentro de mim, literalmente! É assim quando a gente ama desavergonhadamente, sem parâmetros!

Agora, nunca me perguntem porque eu não quis ser mãe, porque adotei, criei, cuidei por anos a fio, de seres que sequer falavam. Sim, eu fui muito mãe, sabendo que um dia provavelmente iria enterrar os meus filhos. E assim foi. Acho que as pessoas tem muito a descobrir sobre o que é amor incondicional. Eu também, mas asseguro, tenho medo..mas aprendo rápido.

Em algum sonho, eu tinha palavras muito mais bonitas pra dizer, talvez eu lembre. Só queria desprender da garganta este engasgo…

Doei todos remédios pra a clínica, eles ajudam muitos animais de rua, e deixei pra Roberta, a médica oficial dos meus filhos, um livro de um ingles que com a ajuda de um gato de rua, conseguiu ficar limpo das drogas. É o livro mais vendido na inglaterra.

Todos que tem animais, vão ter histórias lindas pra contar. Eu tive e continuarei tendo as minhas.


No fundo sei que o destino da tina e do ruan sempre estiveram ligados.. do início, e como vocês viram, até o final. Sim, até mesmo um gato e uma cachorra se completam! Um dia conto esta história. É belíssima!! Grande beijo,

8 de janeiro de 2014

371

Passo o dia parecendo louca, angustiada. Quando chego pra visitar a Tina na clínica, vem uma paz de estar com ela...paz, que seja em paz, não antes disto.


1 de janeiro de 2014

370

Dia de arrumar gavetas. Por em ordem a casa, suar muito.. Quebrar coisas importantes sem querer, se dando conta que não são assim importantes. Ver se as gavetas internas se acalmam.

Quase como domingo, saudade da família, pensar que tudo tem começo, meio e fim. Se dar conta que alguns começos vão ser necessários, trocar focos, tomar um banho gelado, esfregar bem o cabelo e continuar.

Ganhei um presente lindo de aniversário, mas só comecei a usar hoje. Uma caixinha cheia de vidrinhos, onde a ideia é colocar lembranças da vida. Hoje foi uma folhinha de louro que ganhei de ano novo e o dentão do meu gato Ruan, tirado em novembro passado.

Minha caixinha vai ser a parte palpável da vida.