20 de dezembro de 2011

282


Não queria fazer este post como último do ano. Tô no meio da finalização do PGM. Detalhes de encerra, abertura..põe chicote, efeito bad tv aqui e acolá. Como se tivesse na cozinha inventando receita, é quase isto..

Já fui no super umas 800 vezes, pra ter certeza de não ter de ir sexta e sábado..resultado, comida saindo pelo ladrão. Pra dar banho na Tina, só até às 4 da tarde, por que inventam uns horários malucos na semana de natal..como acontece no ano novo, carnaval, páscoa, aniversário do Flamengo, da mãe Joana e tia Dulce.

Foi um ano difícil, mas um dia me disseram, que eu aguentava tudo. Guento não. Muitas vezes olho o abismo de bem perto. E fica naquele, equilibra..desequilibra.

Este ano ganhei uma certa tristeza do mar, por razões que não cabem aqui. Ganhei experiência, aprendi muito e passei por situações novas. É como se estivesse constantemente aumentando e forçando os limites. Ou o tal abismo "cainãocai". Muita gente diz, te joga.. E eu ali, tipo joão bobo balançando..

Quando a gente esta numa posição confortável, é quase férias. Me julgo uma ex.provinciana, agora uma new.provinciana...um dia explico exatamente o que significa. Galera do ódio vai tocar tambor. Os de mente aberta vão rir muito, e provavelmente concordar.

Eu hém..

Queria dar montes de abraços e beijos em muitas pessoas,  em algumas vou dar....em outras não vou ter a chance..

Hey vocês.... se sintam afagados, abraçados, lambidos e amados. Mesmo que a vida não tenham dado um jeito nisto, mesmo que a gente mesmo não tenha dado um jeito nisto...mesmo que, mesmmo que..

Por isto que a gente tem a chance de pensar, ficar horas olhando pro céu. Pra por nome nas estrelas.

Fade out, música belíssima...sobe o roll e realiza 2011.




2 de dezembro de 2011

281

Eu me ligo em mãos, voz, sorriso. Me ligo onde os outros não procuram. Como se preocupar com o que não é óbvio, o que não foi dito. O que não é dito é sempre mais importante. Como as mãos e os olhos que falam, falam e se calam. Tento não deixar nada pra trás, mas ficam, com uma vontade louca de um dia retornar.

Nem que seja pra repetir o gesto espontaneo da primeira vez.

15 de novembro de 2011

280

Feriado trabalhado e um render de intervalo......ainda sonho em me tornar poetisa aos 90 anos..de ser um pouco Cora Coralina, por quem eu me emociono só de olhar a foto.

...

Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.

O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade.

Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.

Digo o que penso, com esperança.

Penso no que faço, com fé.

Faço o que devo fazer, com amor.

Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende!

Cora Coralina

8 de novembro de 2011

279

Gosto de queijo branco tanto quanto amarelo, de Pão Branco tanto quanto preto, de vinho tinto tanto quanto caipirinha Ou cerveja. Posso ir no cinema ou ficar em casa com a mesma felicidade. Afinal é o mais importante?

Me preocupo muito em fazer entender o que amo, enquanto a maioria em mostrar que odeia...Ou pior, indiferente. Sou tranquila.

Tranquilidade não significa felicidade, por isto existem duas palavras.

26 de outubro de 2011

278

me sentei pra escrever e não rolou.
tinha uma hora. agora meia.

acabo de ver a imagem de um cachorro dando um baile num campo de futebol.
ficou a pergunta: você está pronto pra viver o que não está no roteiro????????

As melhores coisas da vida aconteceram pelo acaso.






4 de outubro de 2011

277


Olho as mãos e não é sempre que consigo deixá-las sedosas. Os cabelos brancos que antes tinham nomes agora crescem sem batismo. Já não consigo usar óculos só quando tenho vontade. Já não abro mais o sorriso a qualquer instante. As gargalhadas distribuo só com quem sabe olhar nos olhos. As lágrimas divido com muito poucos. Não do tipo que escorrem devagarinho, daquelas que saem dos olhos diretamente pras bochechas. A inocência esta se indo, tardiamente, mas queria mantê-la pra sempre. Estou mais comedida com as primeiras palavras, ainda faltam as segundas, e espero conte-las também. Não procuro mais ser entendida, sentida, porque não imagino mais que as pessoas tenham tempo pra isto. Não aceito qualquer coisa, nem qualquer trocado. Não escrevo mais com a freqüência que deveria, que fazia bem, porque pode ser usado a favor de alguém que não seja quem escreve. Estou num mundo de gente grande, e tudo que queria é poder usufruir do casulo particular, onde as regras fossem aquelas que o que fosse dito era ouvido e serviria como documento. Queria continuar acreditando nas palavras e nos interlocutores. Queria uma porrada de coisas. De bom é que continuo agindo segundo o que acredito, fui criada e admiro.

Esta bosta de corretor ortográfico diz pra substituir porrada por BORDOADA OU PANCADA. Não vou substituir não!!! Você é um computador idiota que só está ligado porque acho muito chato escrever textos com mais de 140 caracteres pelo Iphone!!! E outra, tenho feito isto cada vez menos, então toda a vez que eu cismar em escrever fica quieto e digita!! Tenho muita coisa a dizer e cada vez menos vontade de dividir.

As coisas boas da vida são feitas pra serem divididas. Do sanduíche a filosofia. Queria crescer e me tornar melhor, não basta só ser mais tolerante. A tolerância só serve pra adiar, e o tempo está cada vez mais curto.

Nossa, falta muito pra me tornar sábia.

2 de setembro de 2011

276

Fiquei muito tempo pensando em assuntos publicáveis, que não criasse tumulto ou mau entendidos. As pessoas tem pouco tempo pra entender outras. Falta de paciência, desinteresse enfim...é bem mais fácil fazer a leitura dinâmica da vida, como se fossem manchetes ou 140 qualquer coisa.

Estive muito tampo numa bolha de sabão achando que seriam amigos a me cercar pela vida, pelo resto da vida..em todas as vidas, que me conhecessem sempre. Claro que não. É constatação não reclamação ( que rimaaa!!! Rsrs). Em algum momento todos tem de entender que não montamos num cavalo branco ou num camelo rosa! Adoraria ver um camelo rosa..

Falo num outro aspecto, outra situação, outros modelos de vida. Falo como se estivesse no meio do deserto disputando água e que o tal camelo rosa quisesse tirar vantagem. Como se a vida tivesse outros perigos que eu desconhecia. Acho que é a melhor definição.

Enquanto isto, ... :)

8 de agosto de 2011

275


sereno
 as vezes cansado..
as vezes alegre...
as vezes as vezes..
mas sempre de frente

19 de julho de 2011

274

Não é falta do que pensar. Só que nunca estou com o PC ligado na hora H. E não é algo em que eu me obrigue, só algo que tenho claro que não quero abandonar..

Tipo amizade assim..vamos dar tempo para os assuntos evoluírem, não é uma desculpa, é qualquer coisa no estilo a gente se fecha e está claro.

Não há nada que a gente não possa se dizer, existe códigos que a gente aprendeu a usar. Eu e este blog, deveria por um apelido, Zé! Toinho...acho que é homem. Os homens olham com uma certa sinceridade e ingenuidade que gosto..enfim, que fique claro que existem exceções em todos os modelos que a gente aceita e que usa pra tentar entender melhor a vida. Adoro exceções! Na verdade é tudo chute, um dia vai baixar uma nave mãe e um ET roxo (sim porque verde é uma invenção humana) vai dizer:

- Vocês fazem parte do meu tubo de ensaio, e é só pra isto que vocês existem!! Misericórdia, não sou escolhido por um deus divino? não... Ninguém é grande o suficiente pra ser imprescindível a olho nu!

Até que os outros percebam cada nuance uns dos outros, já é natal de novo, de novo e de novo . Então como diz um livro qualquer: Respire e sorria, e ainda, se possível observe. Catalogue os diferentes. E no fundo todos são, mas que por falta de observação, continuam bichos iguais.

fuiiiiiii.....

26 de junho de 2011

273

Um dia vou conversar sobre tudo como num papo de botequim. Ou talvez só pra mim., como ontem e hoje, ou todos os dias que decorreram de até então.

Olhando, sou a mesma, aprimorada nos acertos e erros. Desconhecendo os lugares de sempre, com menos alguns. Ninguém muda da noite pro dia, mesmo que tenha um bom professor. O bom professor diria: Não é necessário esconder os erros, eles fazem parte da perfeição. Talvez ele dissesse pra cometer erros diferentes.

Ninguém é perfeito o bastante pra ser copiado, ninguém é errante o bastante que não tenha o que ensinar.

Não existem regras, não existem conceitos que valham não serem quebrados. E por isto a inconstância. Um milhão de possibilidades, se você não olhar sempre pro mesmo lado.

Ainda vai existir a lembrança, a última, que ironicamente não lembro. Melhor assim. Sou capaz de ficar o resto da vida tentando reconstruir, e vai ser como se todos momentos este instante se repetisse. Ao sabor da vontade, sempre com respostas diferentes que pudesse recriar. Sim faltou, a melhor parte talvez seja adiante, quando se perceber mais claramente. O acaso pode resolver por conta própria...que resolva, que valha todo o resto. A existência do final será um feito.

Lembro todos os dias de até então. Não conto, sei disso porque foi bem mais de uma vez.

Resta um pedido: Que não me recrie em ninguém, muito menos em você. Somos diferentes, o bastante pra que cada um tenha sua própria luz. Somos infinitos se respeitarmos aquilo que criamos. A beleza vem disso, do que somos enquanto dormimos, sem defesas.

Não me subestime, a razão de você não entender é que vai perpetuar o mistério que existe. É é isto que traz o crescimento, andar por trilhas desconhecidas, sem chegadas.

Motivos incompletos, são o que completam, o que é explicado jamais chega a lugar algum. A beleza vem assim, das diferenças, não dos iguais.

Saudades..

22 de junho de 2011

272

Mais algumas das minhas teorias..Existe quem confunda tocar um instrumento com ser músico...Bater foto com fotógrafo..Saber mexer no final CUT com ser editor..

Ainda existe quem ache...

Que quem trabalha em TV, não pode fazer vídeos para internet, celular, cinema...Que quem aparece em Tv sempre é apresentador..Que quem escreve em jornal não pode escrever em sites, blogs, revistas, twitter...

O mundo não se divide pelas mídias em que é veiculado, e sim pela forma!!!!!!

...me expliquei ou vai achar que TV é só aquele aparelho de tubo que fica no meio da sala e que todos se reúnem no mesmo horário pra ver Jornal Nacional??

Eu me comunico por imagem em movimento e som...é nisto que trabalho, não em TV. Entendeu lerdinho?

2 de junho de 2011

271

Este texto é da Martha Medeiros, e li pela primeira vez por uma amiga do facebook. Fala muito de pessoas que assim como eu, não fogem da tristeza. Não é o caso agora, mas poderia ser. Pessoas tristes e caladas, se transformam num perigo absoluto, doença contagiosa, escondendo grandes segredos ou arquitetando maldades..pessoas assim, são excluídas, quando precisam exatamente do oposto. Mas a Martha Fala melhor....

Se eu disser pra você que hoje acordei triste, que foi difícil sair da cama, mesmo sabendo que o sol estava se exibindo lá fora e o céu convidava para a farra de viver, mesmo sabendo que havia muitas providências a tomar, acordei triste e tive preguiça d...e cumprir os rituais que faço sem nem prestar atenção no que estou sentindo, como tomar banho, colocar uma roupa, ir pro computador, sair pra compras e reuniões – se eu disser que foi assim, o que você me diz? Se eu lhe disser que hoje não foi um dia como os outros, que não encontrei energia nem pra sentir culpa pela minha letargia, que hoje levantei devagar e tarde e que não tive vontade de nada, você vai reagir como?   Você vai dizer “te anima” e me recomendar um antidepressivo, ou vai dizer que tem gente vivendo coisas muito mais graves do que eu (mesmo desconhecendo a razão da minha tristeza), vai dizer pra eu colocar uma roupa leve, ouvir uma música revigorante e voltar a ser aquela que sempre fui, velha de guerra.   Você vai fazer isso porque gosta de mim, mas também porque é mais um que não tolera a tristeza: nem a minha, nem a sua, nem a de ninguém. Tristeza é considerada uma anomalia do humor, uma doença contagiosa, que é melhor eliminar desde o primeiro sintoma. Não sorriu hoje? Medicamento. Sentiu uma vontade de chorar à toa? Gravíssimo, telefone já para o seu psiquiatra.   A verdade é que eu não acordei triste hoje, nem mesmo com uma suave melancolia, está tudo normal. Mas quando fico triste, também está tudo normal. Porque ficar triste é comum, é um sentimento tão legítimo quanto a alegria, é um registro de nossa sensibilidade, que ora gargalha em grupo, ora busca o silêncio e a solidão. Estar triste não é estar deprimido.   Depressão é coisa muito séria, contínua e complexa. Estar triste é estar atento a si próprio, é estar desapontado com alguém, com vários ou consigo mesmo, é estar um pouco cansado de certas repetições, é descobrir-se frágil num dia qualquer, sem uma razão aparente – as razões têm essa mania de serem discretas.   “Eu não sei o que meu corpo abriga/ nestas noites quentes de verão/ e não me importa que mil raios partam/ qualquer sentido vago da razão/ eu ando tão down...” Lembra da música? Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e sim para disfarçá-la, sufocá-la, ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.   Tem dias que não estamos pra samba, pra rock, pra hip-hop, e nem pra isso devemos buscar pílulas mágicas para camuflar nossa introspecção, nem aceitar convites para festas em que nada temos para brindar. Que nos deixem quietos, que quietude é armazenamento de força e sabedoria, daqui a pouco a gente volta, a gente sempre volta, anunciando o fim de mais uma dor – até que venha a próxima, normais que somos.

20 de maio de 2011

270

Sim, sim,


Existe aquele subterfúgio de criar os ausentes com ideias que podem ter surgido do modelo original. A partir de então tudo será de minha autoria. Vou reagir, inventar discussões, alegrias, chorar, rir e viver baseado única e exclusivamente das lembranças, e da minha criatividade. A imaginação completa as informações que faltaram, preenchendo os quadrinhos de histórias em branco.

Ai no dia em que se encontrarem, poderá dizer: Não sei quem você é, conheço só o esboço, mas posso dizer com certeza quem eu construí pra ficar boa da falta de você.

alguns chamam isto de saudade.

3 de maio de 2011

269

Era uma vez, uma princesa solta pela terra encantada dos romanos. Costumava ir pra lá pensar na vida e conhecer história. Certa vez, faltava-lhe preencher uma lacuna em vazio. Apesar de já ter passado muitas tardes pelas ruelas do vaticano. Não conhecia o pai de todos, o papa.

Disseram-lhe que todas as quartas ele fazia seu culto na praça, o que pareceu uma grande oportunidade. Assim se dirigiu até lá.

Achou estranho encontrar tudo vazio, não propriamente vazio, mas vazio do tipo “não houve culto”...

Foi até um daqueles guardas vestidos de Peter pan, que pertencia à guarda papal, perguntar o que acontecera.

Hoje o papa se reúne em audiência privada com diversas nações explicou o filhote de Peter pan. Não haverá missa ao ar livre. Desolada, não se perdoou por mais uma vez escapar de ver o Papa. No dia seguinte partiria explicou.

Tão querida, simpática e fofa moçoila, perguntou ele, de onde ès? Do Brasil disse ela...pois então, temos uma comissão brasileira entre as nações convidadas, queres que coloque teu formoso nome entre os presentes?

SIMMMMMMMMM!!! REPONDEU ELA!!! Quero ir na audiência com o Papa!!

Assim sendo, entrou pela primeira vez nos jardins do Vaticano, e bem quietinha num canto, se viu rodiada de fieis que ouviam atentamente o pai de todos. E Ela, uma metodista pouco crente, presenciando o que pra ela já era história!

E assim seria...

Pois nesta semana, aquele mesmo papa a quem ouviu atentamente de tão perto, foi beatificado, e está prestes a se tornar um santo.

Neste momento, sentada no computador, está metodista de araque se dá conta que na igreja em que foi criada, não se acredita em santos, muito menos em perdão..

Mas sim! Ela conhece um santo, e era um cara super simpático. Obrigada Peter Pan! Graças a você tive a honra de conhecer o papa João Paulo II.

Seria um milagre?

21 de abril de 2011

268

Nenhuma palavra escrita ou falada sem verdade será um poema. Só existe beleza nas palavras sinceras, sendo elas devaneio ou sonho. Sim, até mesmo eles são verdadeiros. Os sonhos que não aconteceram também são puros, porque são involuntários. Palavras que matam são arquitetadas, por sentimentos ou raciocínio. E tem ainda aqueles que são cruéis por preguiça. Sim, dá trabalho ser do bem.

Hoje foi curto e eloqüente.

OBS. De resto tá tudo tri!!! (faz dois dias que chego em casa e faço meu personal churrasco), por hoje, viro vegetariana.

12 de abril de 2011

267

Estava eu fazendo minha malinha, e deu vontade de escrever.
Vou jogar umas coisas aqui...

Não me imagino ter passado os últimos dois anos em Porto Alegre, e não passei. Quem conviveu comigo em 2008/2009 sabe que minha vida foi mmuitoo difícil. Foram poucas testemunhas. Não sou do tipo que fica reclamando em alta voz.

Assim como também sei que se tivesse ficado, a vó teria vivido mais. E também sei que meu irmão me deu suporte de melhor amigo por várias vidas. Esteve onde eu não podia estar. Vai fazer um ano. Foi trabalho de equipe, talvez o melhor e mais difícil.

A vida aqui não tem sido fácil, mais escolhi que a vida não fosse fácil. E tem os irmãos que se encontra pelo caminho. E tem, nossa se tem. Como tudo que é realmente bom, poucos. E tem o mar...a areia da praia, e o vento.

Tem os amigos que insistem em não ir embora, e aqueles que foram, coreografia própria. E tem aqueles que não falo mas existem a todo o momento. Tem os momentos que desabo, e os que levanto. Se alguém escreveu este roteiro, saiba que é perfeito.

Se eu tivesse que oferecer uma característica minha seria a capacidade de perceber detalhes. Só lamento se alguma coisa me passou em branco, sem o devido valor. Deve ter passado, mas não sei. Então na minha doce ignorância continuo buscando.

Um pouco antes da vó falecer, fui com o Cao até a clínica. Era o bicho predileto dela, disparado! As mãozinhas de coelho. Quem conhece gato, sabe como é difícil mudar de ambiente. Tirei da caixa de transporte e coloquei no colo dela, e ali ficou, bem quietinho, como se estivesse em casa. A foto é linda! E representa muito pra mim. Sábio este menino!



Da mesma forma quando eles vieram e me fizeram sentir em casa. O mundo é incrivelmente perfeito.

Obviamente só me sentei agora pra escrever porque não sei fazer mala, e foi uma forma de adiar. Na verdade tenho dificuldade em partir, em qualquer situação. Talvez isto explique todo o resto.

27 de março de 2011

266

Hoje, apesar do dia lindo que faz aqui, fico na cama curando nariz entupido.. DOMINGO tem coisas bizarras na TV, tentativa de modernismos, e apresentadores que definitivamente não são o Chacrinha.

Ontem, teve uma pequena reunião involuntária de librianos. Conclusão, gostamos de pensar. Não é de propósito, mas por necessidade de tentar manter a famosa balança equilibrada. Alguém diz assim: Não procura explicação pra tudo, porque nem sempre existem. Ok, mas o que tiver explicação quero buscar. Como ver um sundae a dois palmos de distância, e sempre que está se aproximando, escapa. Rá!! To rindo, é assim mesmo.

Acabei lembrando de uma história que fez parte da minha vida, e me acompanha até hoje de outra forma.

Dos 6 aos 16 anos veraneava na mesma praia com o mesmo grupo de famílias. Primeiro numa barraca, depois em casinhas calculadamente construídas lado a lado. Se formou uma espécie de aldeia, no sentido de grupo. Os pais eram amigos, os filhos da mesma idade também, etc etc etc...se faziam reuniões, confraternizações, jogos, times, churrascadas, conflitos.

Meu conflito particular era de não me enquadrar em nenhum grupo. Enquanto as gurias da minha idade queriam se por bonitas e faceiras, eu queria jogar roleta. Elas queriam trocar confidências, e eu brincar de detetive, elas tomavam banho de sol e eu pegava jacaré...sempre tive vocação pra me divertir. E sinceramente achava um tanto enfadonha a vidinha de lady.

Nesta época fui uma espécie de líder de uma gangue de gurizis bem mais novos que eu. Só eles tinham fôlego pra topar as minhas paradas. Não se cansavam de jogar 7 e meio a dinheiro, fabricar planondas, fazer expedições pelo deserto, campeonatos mundiais de vôlei etc etc etc..

Eis que chegou o dia em que a garota também queria virar mocinha. Não como aquelas que segregavam, mas de outra forma. Precisava achar parceria pra isto, e aconteceu.

Foi numa daquelas tardes nubladas de Imbé, onde só passava vendedor de biscoito amanteigado e puxa-puxa, que vi uma tipa nariz empinado zunindo pelas ruas esburacas numa MOBILETE. Nossa!!! Lembro de sentir certa inveja da mobilete. Enquanto eu tinha que pegar emprestada a monareta do meu irmão, ou caloi 10? Ou a Cesi da minha mãe? A verdade é que eu não tinha nem uma bicicleta pra chamar de minha (nota familiar: Porque não ganhei uma bicicleta?).

Os torneios de vôlei nos aproximaram, e o fato dela ser desde os 13 perdidamente apaixonada pelo meu irmão ajudou. Pouco a pouco me vi montada na mobilete freqüentando lugares longínquos de imbé, ou pelos dindinhos de Tramandaí com a minha inseparável e aventureira amiga, que gentilmente colocamos o codinome Megue (que ela odeia, mas não posso mudar a história).

Sim, foi ela que me tornou aceita. Fazendo parte de um grupo, na nossa distante adolescência. E por obra do destino, alguns anos mais tarde, acabou se tornando minha cunhada (Nossos planos de enlace com o meu brother funcionaram!).

Bom, na verdade, é uma bela história, e fiz aqui a versão bem reduzida. Tudo isto pra dizer que os anos passaram, e que continuo não sendo aquela menina que troca o cabeleireiro pelas aventuras da vida. Apesar de fazer as unhas e o cabelo com relativa freqüência, não sou a pessoa padrão, filosofo demais, fico emburrada e feliz com a mesma facilidade. A meu favor tem o fato de não julgar pelas aparências. E é claro, muitos continuam me vendo como um bicho misterioso e esquisito..e o que não é padrão, nem sempre é aceito.

Enfim, quem fica de escanteio, ou desiste ou aprende a fazer gol olímpico! Sim, ainda tá faltando eu me sentir parte disto aqui.

(tô treinando o tal gol olímpico)

21 de março de 2011

265

Hábitos estranhos como fazer a sobrancelha nos sinais fechados que me levam até o trabalho. Me dá aflição não ter uma pinça decente ao alcance da mão.

Hábitos como beber uma dose todos os dias. É o sinal de que chegou à hora de relaxar. Passei do vinho tinto, pra Miller, depois Stella, Dos Equis. Uma dose só, vendo a paisagem da noite chegando.

Hábitos como escrever depois da lua cheia, quando parte uma dose de conflitos que voltarão, sim, na próxima lua cheia.

Hábitos como ligar pra casa as segundas e não aos domingos. Porque as segundas são cheias de esperanças, de começos e resoluções, os domingos são como um final. E quero sempre recomeçar.

Hábitos como dormir com o celular na tomada, um travesseiro pra abraçar, granola pra acordar, uma cachorra pra passear, e sair conferindo se não esqueci o gás aberto.

Não acordo de sopetão, acordar e dormir são momentos muito especiais pra se fazer correndo. O que é bom se faz com calma, sem pressa, antes e depois.

Como não me cansar das mesmas pessoas. Hábito das descobertas.

Tenho dificuldade em lembrar palavras como chicote, Windsor e ..aquela coisinha que se come pra limpar o paladar na comida japonesa...que obviamente não me vem agora.

Compro pelas marcas, pela fidelidade, pelo que me lembram. Tenho sempre uma boa garrafa de vinho tinto e champagne escondida em casa. Assim como minha escova elétrica, tomate orgânico, ricota, pão integral, um vasinho de manjericão, alecrim e uma flor rosa.

Tenho vários momentos escondidos em pensamento. Porque acordada acho que estão tão longes que não existiram. E se só eu sei, como são estes sonhos entre dormir e o amanhecer.

Tenho o hábito de me criticar, porque é uma das formas de ser humana. De encontrar meus erros, mais do que os acertos. É minha auto penitência, que me cobra tanto.

E então..Vou estar distraída, vou esquecer coisas óbvias, vários nomes e sobrenomes, muitas histórias que me pediram segredo. Mas vou lembrar todas as sensações.

Bebi o último gole da minha cervejinha. Não vou escolher os socialmente aceitos, ricos...mais mais...se for preciso escolher, vou preterir o conhecimento pela garra, a inteligência pela sensibilidade.

Vou escolher pelas capacidades particulares..não tão óbvias assim, e muito menos...racionais.

9 de março de 2011

264

Já passei muitos carnavais..

Com 20 anos fui pra Itália pela primeira vez, muito pouca grana e o ap da minha irmã em Roma. Resolvi gastar a graninha entre Firenze e Veneza, sozinha.

Cheguei numa noite fria de Carnaval veneziano. Andar de vaporetto vendo a cidade teria bastado. No carnaval então ...foi uma das cenas mais belas do filme da minha vida. Veneza é a cidade mais emocionante que conheci.

Da outra vez foi em Parintins, no meio da Amazônia. Viajei com um canivete suíço e cobertor térmico, se o avião caísse....rsrsrsr..muito louco. Os carros alegóricos mais absurdos que já tinha visto, no meio da selva. O carnaval mais exótico de todos..babei. este sim deveria ser consumido a rodo pelos gringos.

Meu terceiro carnaval memorável foi na última segunda, quando a Salgueiro entrou. O camarote ficava bem na frente dos jurados, um espetáculo. Passa na avenida o abre alas enorme, com uma escadaria apinhada de sapatiadores. Amo sapatiado, não esperava por isto. O choro só passou depois da bateria. Memorável.

Desfilar no Bicampeonato da Beija flor conseguiu ser uma emoção menor na comparação. Não procuro todas as experiências, só as únicas. Vou ser uma velhinha de poucas e grandes histórias pra contar, mesmo que..... não goste de carnaval. Sou realmente uma pessoa estranha.

4 de março de 2011

263

Aprendizado, no caso o meu.

Sempre julguei (sim a gente julga) que a geração que veio atrás da minha, nunca soube lutar. Pensar a longo prazo, médio prazo, qualquer coisa que não fosse agora!

Sim, sempre julguei que a geração que veio só se preocupava com prazeres imediatos. Incapazes de elaborar um objetivo e começar a planejá-lo antes. Achei que era falta de garra, de vontade. Basta pedir da forma certa, com um beicinho ou um sorriso no momento certo.

Ontem alguém me disse: Joice não é isto, eles simplesmente não foram treinados, simplesmente desconhecem.

Agarrar com unhas e dentes qualquer tentativa de chance. Só existiriam as oportunidades que eu mesma criasse. Me ensinaram a batalhar até o fim. Nunca achei que tinha o mundo aos meus pés. Me submeti ao trabalho pesado, as formas tortuosas, ao que fosse necessário. Minha mãe me fez indignada. Batalhei até pelo mais simples elogio.

Mas o que ontem eu considerava preguiça, hoje considero diferente. Pessoas que hoje são pais, tentaram dar aos seus filhos todas as oportunidades que não tiveram. Uma tentativa de encurtar caminho pra chegar mais longe.

E sem querer, aconteceu um efeito estranho..a tal falta de treinamento. O erro foi nosso.

18 de fevereiro de 2011

262

Por onde começar? Por uma bela história que a Izabella me contou ontem, que bem poderia ser uma fábula.
*
Iria trocar de ramo, mudar de vida. Não sabia por onde começar. Procurava inspiração, e numa destas tentativas fez uma parada no meio da estrada, conheceu um cara que ofereceu experiência. Tudo que ele tinha levado anos pra aprender, presenteou pra uma desconhecida.
*
Por que alguém seria tão generoso assim? Ele simplesmente respondeu: A luz é para todos, com a chama de uma única vela pode se acender infinitas.
*
Existe aqui uma palavra que explica todo o resto: Generosidade. É por causa dela que me sentei pra escrever. Nas últimas 24 horas, fui testemunha de vários atos voluntários de generosidade.
*
Ela por si só já é generosa. Pode estar escondida no menor gesto, não faz questão de grandeza. Basta lembrar que a gente faz parte de uma engrenagem. E que este processo só dá certo se cada um aceitar pertencer a ela. As melhores coisas são divididas em comum acordo, a consciência da consideração.
*
Um ano depois Izabella voltou pra agradecer. Tinha seguido os conselhos e prosperado, mas foi informada que o amigo generoso havia morrido aos 30 anos num daqueles acidentes idiotas na subida da serra.
*
O que restou foi muito mais do que uma frase. Foi a melhor definição que já ouvi sobre generosidade. E veio de alguém que agora é lembrado pelos conhecimentos dados a uma desconhecida. Generosidade pela generosidade.



Viveu o bastante pra ensinar.



29 de janeiro de 2011

261

Cometo exercícios de criatividade. Experimento uma página em branco e começo a escrever muito rápido. O que vem em mente, sem olhar pra tela. Quase como se fosse psicografado. Então paro, fumo um cigarro, sem me lembrar uma vírgula. Sento, ajusto, tiro o que ficou a mais e publico. O objetivo é descobrir os desejos que a razão esqueceu. Este foi o resultado.


Eu amava enquanto tinha um toque de arte
Um desejo em entrar nos encalços
Das virtudes, de erros e acertos sem fórmula
Enquanto o dinheiro não vinha
E a inspiração corria
Pouco importava se era noite/dia
Se tinha horário
Eu amava a desordem
O pouco interesse
As manhãs geladas, o não tempo
Por puro acaso
Sem saber de onde veio, sem roteiro.
Foi se amando devagar, mas com pressa.
Porque se foi? Pra onde se foi?

Olho todos os dias pela janela,
Assim como escovo os dentes,
Mexo no controle remoto e mudo de canal.
Desta mesma forma amo, como que por necessidade mecânica
Como instante sem mente, só inspiração.

Os sonhos, agora eu mesma realizo.
Sonhos arquitetados muito atrás.
Junto com os controles usuais da vida, amo por hábito,
mas principalmente, pra não esquecer.
Me transformei num livro de momentos catalogados
E sem contas marcadas.

Neste mundinho obvio,
Preciso de todas as lembranças pra sobreviver.
O que se foi é minha eterna inspiração.
Me lembrarei até do que não deu tempo de acontecer.

22 de janeiro de 2011

260

Já tive muitos livros O Pequeno príncipe. Dei todos eles. É como um gesto de carinho no meio do percurso. Cada vez que compro releio, faço o novo entendimento, e adiante. Sempre é diferente, como uma obra inacabada (Inacabada pra quem lê, não de quem escreve). Dou graças a deus que não é mais a leitura número um das candidatas a miss. Pra isto serviu o eca Paulo Coelho.

Estes dias estava com o thiaguinho no shopping e me deparo com uma versão onde dizia ser o texto completo. E eu nunca tinha lido! Sem pensar duas vezes, compro e sento no primeiro banco. Abro cuidadosamente. Lindo, com desenhos que se descolam das páginas, se mexem, montam, se brinca! Depois de ler e deixar a minha marca penso este será de uma criança. Todos fomos crianças, queria ter conhecido todos em criança, de me fazer ser conhecida enquanto criança. Este será da Olivia. E vai crescer com ela.

Vai estar escrito assim na dedicatória.

Querida Olivia,

Conheci sua mãe no trabalho, nos idos anos 2000 e alguma coisa. Saiba você, que ela é uma das pessoas mais doces com quem já convivi. Nunca viu maldade em nada, mas vez ou outra já teve seus percalços, mas acredite, nem assim perdeu a doçura. Só sendo muito forte pra tamanha façanha! De não se deixar levar pelas esquisitices do mundo. Teu caminho vai ser recheado de escolhas, mas escuta com atenção: As coisas mais importantes que você precisa saber sobre a vida, estão neste livro. Você vai ler e reler, e vai ser sempre tão diferente, sempre tão igual. Só não tenha medo de sentir medo! Faça do medo sua arma de ação. Este é o verdadeiro significado da palavra coragem.
 Beijos, tia joice

Rio de janeiro, 22 de janeiro de 2011.


Obs. Maysa, na próxima vez que estiver aí, este livro vai estar nas tuas mãos. (Joice sorri, apesar do calor absurdo que faz neste verão :D)

17 de janeiro de 2011

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Hora de sentar e escrever alguma coisa por aqui. Pra desvendar um pouquinho os meus olhares calados.


Estou de férias, e pela primeira vez (que eu lembre) tenho vontade de escrever sobre o trabalho. Atendo o quinto engano via fonezinho do condomínio. Pela quinta vez desligam na minha cara: quem tá falando? Do AP tal tal. Não vou dizer o nome pô!

Tenho dois potinhos vazios de exame por fazer, renovação carteira de motorista e identidade com chip! Para os próximos 20 dias. Queria que este blog fosse introduzido no chip. Pode?

Talvez fosse mais útil a ficha criminal ou do colégio. No meu caso deve constar a expulsão de sala de aula no terceiro ano do segundo grau. Resolvi ser rebelde só no final, nada muito grave. Foi depois que descobri que era o QI mais alto do colégio. Foi meu único ataque de celebridade instantânea. HAHAHAHAHA!!!!!!!!!!

Bom, quando fiz o teste vocacional, a cretina da psicóloga disse literalmente que eu poderia fazer qualquer coisa (???), que faria bem. Mas cá com os meus botões pensei: Claro que faria , sou soldadinho, que não vê jogo perdido...só que isto se deve à educação né minha senhora!! Inteligência é um dom (se ganha), força de vontade é um mérito pessoal (se adquire). Assim fui criada.

Voltando ao trabalho...

Exemplo: vocês conhecem em TV algum excelente editor que não tenha como foco a justiça dos fatos, a capacidade de perceber o que não foi dito em palavras e a ética entre tantas coisas? Desculpe, eu não conheço. Fico abismada com o entendimento que algumas pessoas têm pra avaliar o que é um bom profissional.

Bebezinhos que acham que constroem a carreira através da arrogância e de amigos influentes estão fora. E pra mim pouco importa se são ou não criativos. É como ter a arma e não saber usá-la. Ou pior, atirar pro lado errado! Existe muita gente decente, trabalhadora e criativa sem emprego. Foco nisto!

Tenho visto muita coisa boa e ruim na TV, e esta é a maior das armas, a audiência. Quem vai fazer disto uma arma ou a salvação é a sua percepção. Torço sempre que todos tenham condição de avaliar o que serve ou não, o bom do ruim. Educação! Como filha de professora, torço sempre pela boa educação. Mas isto sem força de vontade e idoneidade caríssimos, não é nada. Vai ter de aprender a levantar e cair muitas vezes. Vai doer, mas e aí? Veio ao mundo a passeio? Pra fazer volume? Hahahahah...

Estão tri boas as minhas férias...