29 de janeiro de 2011

261

Cometo exercícios de criatividade. Experimento uma página em branco e começo a escrever muito rápido. O que vem em mente, sem olhar pra tela. Quase como se fosse psicografado. Então paro, fumo um cigarro, sem me lembrar uma vírgula. Sento, ajusto, tiro o que ficou a mais e publico. O objetivo é descobrir os desejos que a razão esqueceu. Este foi o resultado.


Eu amava enquanto tinha um toque de arte
Um desejo em entrar nos encalços
Das virtudes, de erros e acertos sem fórmula
Enquanto o dinheiro não vinha
E a inspiração corria
Pouco importava se era noite/dia
Se tinha horário
Eu amava a desordem
O pouco interesse
As manhãs geladas, o não tempo
Por puro acaso
Sem saber de onde veio, sem roteiro.
Foi se amando devagar, mas com pressa.
Porque se foi? Pra onde se foi?

Olho todos os dias pela janela,
Assim como escovo os dentes,
Mexo no controle remoto e mudo de canal.
Desta mesma forma amo, como que por necessidade mecânica
Como instante sem mente, só inspiração.

Os sonhos, agora eu mesma realizo.
Sonhos arquitetados muito atrás.
Junto com os controles usuais da vida, amo por hábito,
mas principalmente, pra não esquecer.
Me transformei num livro de momentos catalogados
E sem contas marcadas.

Neste mundinho obvio,
Preciso de todas as lembranças pra sobreviver.
O que se foi é minha eterna inspiração.
Me lembrarei até do que não deu tempo de acontecer.

22 de janeiro de 2011

260

Já tive muitos livros O Pequeno príncipe. Dei todos eles. É como um gesto de carinho no meio do percurso. Cada vez que compro releio, faço o novo entendimento, e adiante. Sempre é diferente, como uma obra inacabada (Inacabada pra quem lê, não de quem escreve). Dou graças a deus que não é mais a leitura número um das candidatas a miss. Pra isto serviu o eca Paulo Coelho.

Estes dias estava com o thiaguinho no shopping e me deparo com uma versão onde dizia ser o texto completo. E eu nunca tinha lido! Sem pensar duas vezes, compro e sento no primeiro banco. Abro cuidadosamente. Lindo, com desenhos que se descolam das páginas, se mexem, montam, se brinca! Depois de ler e deixar a minha marca penso este será de uma criança. Todos fomos crianças, queria ter conhecido todos em criança, de me fazer ser conhecida enquanto criança. Este será da Olivia. E vai crescer com ela.

Vai estar escrito assim na dedicatória.

Querida Olivia,

Conheci sua mãe no trabalho, nos idos anos 2000 e alguma coisa. Saiba você, que ela é uma das pessoas mais doces com quem já convivi. Nunca viu maldade em nada, mas vez ou outra já teve seus percalços, mas acredite, nem assim perdeu a doçura. Só sendo muito forte pra tamanha façanha! De não se deixar levar pelas esquisitices do mundo. Teu caminho vai ser recheado de escolhas, mas escuta com atenção: As coisas mais importantes que você precisa saber sobre a vida, estão neste livro. Você vai ler e reler, e vai ser sempre tão diferente, sempre tão igual. Só não tenha medo de sentir medo! Faça do medo sua arma de ação. Este é o verdadeiro significado da palavra coragem.
 Beijos, tia joice

Rio de janeiro, 22 de janeiro de 2011.


Obs. Maysa, na próxima vez que estiver aí, este livro vai estar nas tuas mãos. (Joice sorri, apesar do calor absurdo que faz neste verão :D)

17 de janeiro de 2011

259

Hora de sentar e escrever alguma coisa por aqui. Pra desvendar um pouquinho os meus olhares calados.


Estou de férias, e pela primeira vez (que eu lembre) tenho vontade de escrever sobre o trabalho. Atendo o quinto engano via fonezinho do condomínio. Pela quinta vez desligam na minha cara: quem tá falando? Do AP tal tal. Não vou dizer o nome pô!

Tenho dois potinhos vazios de exame por fazer, renovação carteira de motorista e identidade com chip! Para os próximos 20 dias. Queria que este blog fosse introduzido no chip. Pode?

Talvez fosse mais útil a ficha criminal ou do colégio. No meu caso deve constar a expulsão de sala de aula no terceiro ano do segundo grau. Resolvi ser rebelde só no final, nada muito grave. Foi depois que descobri que era o QI mais alto do colégio. Foi meu único ataque de celebridade instantânea. HAHAHAHAHA!!!!!!!!!!

Bom, quando fiz o teste vocacional, a cretina da psicóloga disse literalmente que eu poderia fazer qualquer coisa (???), que faria bem. Mas cá com os meus botões pensei: Claro que faria , sou soldadinho, que não vê jogo perdido...só que isto se deve à educação né minha senhora!! Inteligência é um dom (se ganha), força de vontade é um mérito pessoal (se adquire). Assim fui criada.

Voltando ao trabalho...

Exemplo: vocês conhecem em TV algum excelente editor que não tenha como foco a justiça dos fatos, a capacidade de perceber o que não foi dito em palavras e a ética entre tantas coisas? Desculpe, eu não conheço. Fico abismada com o entendimento que algumas pessoas têm pra avaliar o que é um bom profissional.

Bebezinhos que acham que constroem a carreira através da arrogância e de amigos influentes estão fora. E pra mim pouco importa se são ou não criativos. É como ter a arma e não saber usá-la. Ou pior, atirar pro lado errado! Existe muita gente decente, trabalhadora e criativa sem emprego. Foco nisto!

Tenho visto muita coisa boa e ruim na TV, e esta é a maior das armas, a audiência. Quem vai fazer disto uma arma ou a salvação é a sua percepção. Torço sempre que todos tenham condição de avaliar o que serve ou não, o bom do ruim. Educação! Como filha de professora, torço sempre pela boa educação. Mas isto sem força de vontade e idoneidade caríssimos, não é nada. Vai ter de aprender a levantar e cair muitas vezes. Vai doer, mas e aí? Veio ao mundo a passeio? Pra fazer volume? Hahahahah...

Estão tri boas as minhas férias...