22 de dezembro de 2008

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Quero uma vida presente sem pacotes coloridos enfeitados de fitinhas mimosas.

Desde então o conteúdo do pacote deixou de ser importante. Passou a ganhar outros nomes, no lugar daquilo que existia de fato.

É uma espécie de fuga calculada. De onde só se sai quando a tormenta passar.

Isto não é autoconhecimento, só medo.

Todos têm medo. Alguns enfrentam, outros aceitam, e outros ainda se escondem tão bem a ponto de não se achar.

Como achar alguém que não quer ser achado? Basta fingir que não está procurando. É uma tática, não um sentimento.

É tudo tão simples..dá um trabalho medonho ser simples.

Os presentes mais geniais prescindem de ornamentos. São os que iluminam sem serem vistos.

Não existe prova da existência. E mesmo assim insiste em se esconder atrás dos papéis mais diversos.

Enquanto todos se deliciam com os papeis coloridos, alguns sabem o que existe dentro da caixa. Um sonho sem dormir.

Meus presentes não serão embalados. A verdade crua é que talvez não exista mais o mistério do pacote. Mas talvez o mistério seja só mais um daqueles ingredientes que nos vendem como fundamental.

A propósito:
Teriam ido ao inferno te procurar. Um milhão de vezes.
Ida e volta. Mas como saber sem chegar ao fim?

Cada vez que a gente reproduz um erro cometido, os diabinhos vibram. O processo humano independe de histórias que se repetem, e só existe até que alguém ache solução melhor.

O fim é o princípio de tudo.
O meio só multiplica dúvidas.

Um comentário:

Anônimo disse...

que presentes cara-pálida? Estou falando de ti!