5 de abril de 2009

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Sempre gostei de histórias infantis. Porque por trás delas existe uma segunda leitura. Claro, são feitas por adultos.

Me lembrei da história dos 3 porquinhos. Construíram casas fortes, segundo a capacidade de cada um. Numa delas, o vento soprou. Fico imaginando o diálogo do porquinho fazendo um tremendo esforço pra construir um lugar protegido que lhe ofereça confiança e conforto. Por que destruir a minha casinha? Pergunta o porquinho ao vento. Que mal lhe fiz? Desculpa, não foi intencional. Eu estava aqui, sem olhar pra frente ou pra trás, estava só me divertindo, olhando o próprio sopro que saia de mim.

Descuido. Não existe maldade no descuido. Só que...É a mais devastadora de todas as razões. Não ferece nem o consolo da própria razão.

Quando tudo se repete, a gente costuma querer ser inventivo ao extremo. Fico pensando que talvez a maior capacidade do ser humano não seja a invenção, mas a percepção.

Sim, vai continuar se repetindo... Mas o que faz das histórias um acontecimento único, é o olhar, e as trilhões de formas de perceber..Se eu olhar sempre da mesma forma, será sempre a mesma coisa. Como o vento que me leva pra bem longe, sem nem saber pra onde sopra. Se eu aceitar, e contruir tudo da mesma forma..será sempre assim.

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