3 de agosto de 2009

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Uma vez me apaixonei por uma bunda.
A bunda mais áspera que já toquei na vida.

Pode parecer estranho, mas já amava a tal bunda mesmo antes de tocá-la. Não tinha a menor importância a textura. Porque já tinha criado um contexto muito maior, cheio de significados, que a bunda desconhecia claro.

Como a gente cria mecanismos tão complicados pra coisas tão simples! Lembro sempre de um outro caso, num filme, Durval discos, perguntaram a diretora Anna Muylaert qual seria o significado do cavalo dentro do quarto. Arranjaram conceitos, indagações, questionamentos..até que ela respondeu:

Nenhum. Tudo que fomentava a cabeça dos questionadores se foi, com total perplexidade. Achei bonito, completou.

É isto. Também sou assim as vezes, buscando resposta para o que só ocupa o meu tempo e o de mais ninguém.

Não existe respostas mirabolantes para o “meu” meio milhão de perguntas. E num suposto diálogo, só vejo eu me debatendo com os significados do que não diz nada mais além do que está escrito.

Sim, tô rindo de mim.
Com um vinho na mão e mil idéias que sobrevivem nas minhas 4 paredes




o pangaré do Durval.

e eu, fiz poesia com a bunda lixa.

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