29 de janeiro de 2011

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Cometo exercícios de criatividade. Experimento uma página em branco e começo a escrever muito rápido. O que vem em mente, sem olhar pra tela. Quase como se fosse psicografado. Então paro, fumo um cigarro, sem me lembrar uma vírgula. Sento, ajusto, tiro o que ficou a mais e publico. O objetivo é descobrir os desejos que a razão esqueceu. Este foi o resultado.


Eu amava enquanto tinha um toque de arte
Um desejo em entrar nos encalços
Das virtudes, de erros e acertos sem fórmula
Enquanto o dinheiro não vinha
E a inspiração corria
Pouco importava se era noite/dia
Se tinha horário
Eu amava a desordem
O pouco interesse
As manhãs geladas, o não tempo
Por puro acaso
Sem saber de onde veio, sem roteiro.
Foi se amando devagar, mas com pressa.
Porque se foi? Pra onde se foi?

Olho todos os dias pela janela,
Assim como escovo os dentes,
Mexo no controle remoto e mudo de canal.
Desta mesma forma amo, como que por necessidade mecânica
Como instante sem mente, só inspiração.

Os sonhos, agora eu mesma realizo.
Sonhos arquitetados muito atrás.
Junto com os controles usuais da vida, amo por hábito,
mas principalmente, pra não esquecer.
Me transformei num livro de momentos catalogados
E sem contas marcadas.

Neste mundinho obvio,
Preciso de todas as lembranças pra sobreviver.
O que se foi é minha eterna inspiração.
Me lembrarei até do que não deu tempo de acontecer.

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