21 de março de 2011

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Hábitos estranhos como fazer a sobrancelha nos sinais fechados que me levam até o trabalho. Me dá aflição não ter uma pinça decente ao alcance da mão.

Hábitos como beber uma dose todos os dias. É o sinal de que chegou à hora de relaxar. Passei do vinho tinto, pra Miller, depois Stella, Dos Equis. Uma dose só, vendo a paisagem da noite chegando.

Hábitos como escrever depois da lua cheia, quando parte uma dose de conflitos que voltarão, sim, na próxima lua cheia.

Hábitos como ligar pra casa as segundas e não aos domingos. Porque as segundas são cheias de esperanças, de começos e resoluções, os domingos são como um final. E quero sempre recomeçar.

Hábitos como dormir com o celular na tomada, um travesseiro pra abraçar, granola pra acordar, uma cachorra pra passear, e sair conferindo se não esqueci o gás aberto.

Não acordo de sopetão, acordar e dormir são momentos muito especiais pra se fazer correndo. O que é bom se faz com calma, sem pressa, antes e depois.

Como não me cansar das mesmas pessoas. Hábito das descobertas.

Tenho dificuldade em lembrar palavras como chicote, Windsor e ..aquela coisinha que se come pra limpar o paladar na comida japonesa...que obviamente não me vem agora.

Compro pelas marcas, pela fidelidade, pelo que me lembram. Tenho sempre uma boa garrafa de vinho tinto e champagne escondida em casa. Assim como minha escova elétrica, tomate orgânico, ricota, pão integral, um vasinho de manjericão, alecrim e uma flor rosa.

Tenho vários momentos escondidos em pensamento. Porque acordada acho que estão tão longes que não existiram. E se só eu sei, como são estes sonhos entre dormir e o amanhecer.

Tenho o hábito de me criticar, porque é uma das formas de ser humana. De encontrar meus erros, mais do que os acertos. É minha auto penitência, que me cobra tanto.

E então..Vou estar distraída, vou esquecer coisas óbvias, vários nomes e sobrenomes, muitas histórias que me pediram segredo. Mas vou lembrar todas as sensações.

Bebi o último gole da minha cervejinha. Não vou escolher os socialmente aceitos, ricos...mais mais...se for preciso escolher, vou preterir o conhecimento pela garra, a inteligência pela sensibilidade.

Vou escolher pelas capacidades particulares..não tão óbvias assim, e muito menos...racionais.

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