15 de julho de 2009

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Veio minha cachorra pedir carinho como sempre. Mal sabe ela que ontem pensava em deixá-la pra trás, em fazer a mesma coisa que já me aconteceu. É o pior tipo de compensação, que não tem direção. Penso que a forma certa de amar seja a surda, cega e muda. Que te diz não e eu sorrio. Este "não" tem o significado que quero, que escolho.

Mas escuto, é um inferno escutar, junto vêm todos os possíveis significados que te fecham. Só de pensar, ouço sempre a mesma palavra, não. O que acontece é sempre em decorrência do "não" que continua ecoando.

Bem distante daqui nada disto volta a se repetir. Desistiu de olhar sem nexo, sem lógica, sem premeditar.

Baixam a cabeça, em busca de melhores lembranças.

E fui procurar num lugar bem distante, tão distante que não aprendi como voltar,e queria ..mas não sabia...e por fim veio a noite, pra me deixar por lá.

Esta história só eu carrego, nunca pedi ajuda. Queria mesmo era sentir o conforto da vigília, que olha e que preenche.

Agora só ecoa a própria voz.
De repente vejo que é o lugar em que sempre estive,
e contrário a minha vontade, é o que melhor conheço.

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